A literatura é apenas a concretude daquilo que está na natureza, nos homens, no mundo. O escritor é apenas um homem que pode, por um acesso de transbordamento exprimir sob uma forma a essência de tudo o que está na vida, de tudo o que pulsa na latência do existir das coisas e dos seres. É assim que sou. Busco na vivência a matéria da minha escrita. Observo o mundo e internalizo dele tudo o que me é possível. Aprendi com um poeta a ver e sentir as coisas assim...
domingo, 2 de dezembro de 2012
Trovas à morena
I
A morena bela-bela
Cujo lábio é de carmim
Dá-me, Deus, casar com ela
Dá-me, Deus, toda pra mim.
II
A morena, a qual eu amo
Nem se lembra do amado
Mas se vou lhe acarinhando
Já pede: - Quero um bocado!
III
Boca linda da morena,
Não me nega de beijar-te
Tem de mim alguma pena
Pois assim meu peito parte.
IV
Em sensuais remelexos,
Vais e deixa-me esquecido
E por ti caem os queixos
Quando o ar sobe o vestido
V
A morena quer caju...
- Sobe tu, mesmo de saia,
Prometo que a ti seguro
Fico de olho, caso tu caias!
VI
A morena, um dia, então,
Vendo que muito penei,
Pôs no seio a minha mão
Pediu beijo e eu beijei.
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