A literatura é apenas a concretude daquilo que está na natureza, nos homens, no mundo. O escritor é apenas um homem que pode, por um acesso de transbordamento exprimir sob uma forma a essência de tudo o que está na vida, de tudo o que pulsa na latência do existir das coisas e dos seres. É assim que sou. Busco na vivência a matéria da minha escrita. Observo o mundo e internalizo dele tudo o que me é possível. Aprendi com um poeta a ver e sentir as coisas assim...
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Último ato
Surgem como um ronco quente
Do deserto em silêncio,
Olhos por detrás das lentes
Dos rifles em preto lenço.
Aparecem na montanha
Outros olhos sanguinários.
Com as mentes em louca chama,
Vão descendo em grupos vários.
Choque forte, fundo, brusco.
Ronca em dores o deserto.
E a montanha, sob chumbo,
Sangra e chora neste inferno.
Não há mais homens no mundo,
Foi a grande estupidez.
Guerra! Nos levou ao fundo
Por terceira e última vez.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário