Desce o ocaso devagarinho
E os terrores que me assolaram
a noite passada retornam
aos poucos, com o peso
de chumbo das nuvens cinzas lá no alto.
Ainda está aqui o inchaço dos olhos em febre.
E o medo de encarar tudo de novo
É grande como um monstro debaixo da cama.
Dos meus olhos
avizinha-se
a ardência que
antecede a lágrimapesada como os terrores e o chumbo das nuvens.
Será uma noite longa,
será fria a chuva,
a tempestade abafará o soluço do pranto.
A batalha queimará em meu peito
como a chama do desespero.
Lutarei com um
inimigo que não sei
de onde veio, por
que veiotampouco por quanto tempo ficará.
Depois a manhã há
de vir,
espantando os
vampiros da madrugada,enquanto eu olho para o teto
que não me diz nada,
mas reflete minha letargia.
Enxugarei as
lágrimas do canto dos olhos,
piscarei lentamente
os olhos ardentes,arrumarei a bagunça deixada pelo quarto
com a luta travada.
E rezarei para que a
noite se demore...