domingo, 1 de março de 2015

Do que a noite me traz



Desce o ocaso devagarinho
E os terrores que me assolaram
a noite passada retornam
aos poucos, com o peso
de chumbo das nuvens cinzas lá no alto.
Ainda está aqui o inchaço dos olhos em febre.
E o medo de encarar tudo de novo
É grande como um monstro debaixo da cama.

Dos meus olhos avizinha-se
a ardência que antecede a lágrima
pesada como os terrores e o chumbo das nuvens.
Será uma noite longa,
será fria a chuva,
a tempestade abafará o soluço do pranto.
A batalha queimará em meu peito
como a chama do desespero.

Lutarei com um inimigo que não sei
de onde veio, por que veio
tampouco por quanto tempo ficará.

Depois a manhã há de vir,
espantando os vampiros da madrugada,
enquanto eu olho para o teto
que não me diz nada,
mas reflete minha letargia.

Enxugarei as lágrimas do canto dos olhos,
piscarei lentamente os olhos ardentes,
arrumarei a bagunça deixada pelo quarto
com a luta travada.

E rezarei para que a noite se demore...

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