Chora
de fome e de frio
desce,
sobe e
desce...
E ninguém se compadece
Sua mãe, não conhece. Seu pai, também não.
Cadê seus irmãos? Não tem!
Sobe e
desce,
sobe e
desce...
E agora, moleque (fosse Drummond, diria: E agora, José?)
-
Ninguém me enxerga...
Olha São Francisco! Veja Santa Cecília naquele pedestal!
Olha para ali... olha para acolá...
Mas ninguém olha o menino a agonizar...
Sobe e
desce,sobe e
desce...
Menino abandonado numa beira de escada
Morreu de fome e de frio.
Subiu e
desceu,
subiu e
desceu...
Nem o
vigário nem ninguém o percebeu...
Muito bom! De uma grande maturidade poética!
ResponderExcluirO elemento visual, o humor de certa forma irônico, tudo em perfeita adequação ao conteúdo.
Gosto de coisas circulares, que não se perdem no tempo (e, como consequencia nem na memoria) e de coisas pertinentes, que insistem em afirmar com propriedade o que dizem.
ResponderExcluirGostei muito desse poema!
Obg, Thais e Rebeca.
ResponderExcluirFico felicíssimo pelos comentários!
Fico sem palavras para expressar a qualidade do poema. Fora que você brinca com as formas de escrever não ficando uma coisa tao monotoma, fazendo com que o leitor entre dentro do poema e interaja com ele. Gostei muito.
ResponderExcluirObg, Hygor. É isto o que pretendo: que o leitor sinta-se próximo e identificado com o que eu escrevo. Abs!
ExcluirBelíssimo poema!
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